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O Primeiro-Ministro do Senegal, Ousmane Sonko, voltou a criticar abertamente o Fundo Monetário Internacional (FMI), questionando a atuação da instituição durante a governação de Macky Sall, em particular no que diz respeito à chamada “dívida oculta”. Sonko mostra-se perplexo com o facto de o FMI alegadamente não ter sido informado sobre certas práticas financeiras no país durante o mandato anterior e lamenta a ausência de progressos rumo a um novo acordo, apesar dos esforços de transparência do atual governo.
“Continuam a pedir-nos documentos. Perguntam-nos como conseguimos avançar sem o apoio do FMI. A verdade é que estes instrumentos são apenas garantias. Aquilo que nos dão, podemos obter aqui”, afirmou Sonko num recente discurso citado pelo jornal Le Quotidien. Acrescentou ainda: “O que apresentámos não depende de ninguém, a não ser do povo senegalês.”
Para alguns observadores, qualquer tentativa de apontar contradições entre o discurso soberanista de Sonko e a realidade de um chefe de governo com margens orçamentais e fiscais limitadas será interpretada como má-fé. O Estado senegalês, de facto, não tem poupado esforços na busca de fontes alternativas de financiamento.
Neste contexto, até o fumo do tabaco pode transformar-se numa oportunidade de receita. Com o duplo objetivo de proteger a saúde pública e reforçar as finanças do Estado, Sonko anunciou uma nova medida: o aumento da taxa sobre o tabaco para 100%. Segundo o próprio, esta decisão tem um caráter essencialmente preventivo, procurando reduzir os custos com doenças associadas ao consumo de tabaco, ao mesmo tempo que dissuade os consumidores.
“A taxa sobre o tabaco deverá render 100 mil milhões”, afirmou Sonko com um tom irónico, lançando projeções otimistas sobre o impacto da medida. As declarações do Primeiro-Ministro foram amplamente divulgadas pelo Le Quotidien na sua última edição.