Visão do Rei Mohammed VI sobre a Relação de África com o Oceano: Destaques de um Colóquio na Guiné-Bissau
© Radio TV BantabaAll Rights Reserved

Por: Geraldo C

June 20, 2025

June 20, 2025

A Embaixada do Reino de Marrocos na República da Guiné-Bissau organizou, em parceria com a Universidade Católica de Bissau, um colóquio académico consagrado à Visão estratégica do Rei Mohammed VI para uma África pelo seu Oceano. Este evento inscreve-se na sequência da Cimeira « África pelo Oceano », realizada em Nice a 9 de junho de 2025, e da Mensagem histórica dirigida por Sua Majestade o Rei aos participantes deste encontro.

Durante a cerimónia de abertura, o Embaixador do Reino de Marrocos em Bissau, S.E. Babana El Alaoui Mohamed Salah, destacou os grandes eixos da Visão Real, colocando o Oceano no centro da integração regional, do desenvolvimento sustentável e da cooperação Sul-Sul.

Sublinhou, neste contexto, o imenso potencial marítimo do continente africano e a necessidade de o transformar num eixo estratégico para a soberania alimentar, a resiliência climática, a segurança energética e a prosperidade partilhada.

Na sua intervenção, o Embaixador recordou os três pilares fundamentais da visão Real para o oceano, tal como expressa por Sua Majestade o Rei Mohammed VI:

1. Um crescimento azul: A economia azul é uma necessidade estratégica para África, englobando setores como a aquacultura sustentável, as energias renováveis offshore, as biotecnologias marinhas ou ainda o turismo costeiro responsável. Marrocos fez dela um eixo estruturante do seu desenvolvimento, através de grandes projetos portuários como Tanger Med, Nador West-Med ou Dakhla Atlantique, apoiados por ecossistemas logísticos e industriais modernos.

2. Uma cooperação Sul-Sul reforçada: O desenvolvimento marítimo africano deve assentar numa abordagem coletiva e integrada. A visão Real apela a uma gestão partilhada do oceano, a uma coordenação africana para proteger a biodiversidade marinha, garantir a segurança das rotas marítimas e captar uma parte equitativa da riqueza oceânica mundial.

3. Uma efetividade marítima pelas sinergias atlânticas: A África atlântica, durante muito tempo negligenciada, contém um potencial imenso. A Iniciativa dos Estados Africanos Atlânticos, lançada por Marrocos, visa fazer desta fachada um espaço de cooperação estratégica, de segurança coletiva e de integração económica. Inclui igualmente os países do Sahel, aos quais esta visão oferece um acesso estruturante ao mar. No mesmo espírito, o projeto do Gasoduto Africano Atlântico encarna esta ambição partilhada.

Esta Visão, recordou o Embaixador, posiciona o oceano como um horizonte comum, a preservar e a valorizar em prol de um desenvolvimento durável, solidário e africano.

No centro desta Visão figuram várias iniciativas estruturantes, conduzidas por Sua Majestade o Rei Mohammed VI, nomeadamente:

– A Iniciativa Real para o Atlântico, que visa oferecer um acesso ao mar aos países africanos sem litoral e fazer da fachada atlântica africana um espaço de solidariedade, de mobilidade e de integração económica;

– O Porto de Tanger Med, um grande hub logístico que liga África à Europa, à Ásia e às Américas, tornando-se o primeiro porto de África e do Mediterrâneo;

– O futuro Porto de Dakhla Atlantique, infraestrutura estratégica ao serviço do desenvolvimento dos países do Sahel e de todo o continente atlântico;

– O projeto do Gasoduto Africano Atlântico, destinado a reforçar a interconexão energética regional e a abrir novas perspectivas geoeconômicas para a África Ocidental.

O Reitor da Universidade Católica, Sr. Lito Nunes Fernandes, expressou a sua profunda gratidão à Embaixada do Reino de Marrocos pela organização deste evento, saudando o facto de se tratar da primeira missão diplomática a ter efetuado uma visita oficial a esta Universidade. Sublinhou igualmente os laços históricos e fraternais que unem o Reino de Marrocos e a Guiné-Bissau.

A moderação do colóquio esteve a cargo de Sr. Tamilton Teixeira, professor, investigador e sociólogo da Universidade Católica de Bissau, que recordou o papel determinante desempenhado pelo Reino de Marrocos no apoio à luta pela independência da Guiné-Bissau, através da figura emblemática de Amílcar Cabral. Sublinhou um facto frequentemente desconhecido: o falecido Sua Majestade o Rei Mohammed V concedeu um passaporte marroquino a Amílcar Cabral, facilitando assim as suas deslocações diplomáticas e políticas no âmbito da sua luta pela liberdade.

Entre os oradores, Sr. Saca Seidi, Diretor da Faculdade de Gestão, Administração e Economia, tomou também a palavra para sublinhar a importância de tais iniciativas académicas na consolidação das relações bilaterais.

O colóquio reuniu docentes-investigadores, uma centena de estudantes, influenciadores e várias personalidades do mundo académico e mediático.

O evento foi encerrado com um almoço marroquino organizado pela Embaixada do Reino de Marrocos, no qual foi apresentado um requintado leque da arte culinária marroquina.

//RTB

Artigos relacionados

Ouattara anuncia candidatura a um quarto mandato na Costa do Marfim

O Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara, de 83 anos, anunciou que vai concorrer a um quarto mandato nas eleições presidenciais de 25 de Outubro. Num breve comunicado, afirmou que a decisão é motivada pela necessidade de “preservar a estabilidade nacional...

0Comentarios

0 Comments

Envie um comentário

Your email address will not be published. Required fields are marked *

WP Radio
WP Radio
OFFLINE LIVE