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O recente anúncio da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reacendeu as questões sobre o futuro do franco CFA. No Fórum de Alto Nível sobre Governação no Sahel, realizado em Banjul no final de julho de 2025, o presidente da Comissão da CEDEAO, Dr. Omar Alieu Touray, confirmou o lançamento da moeda única da África Ocidental, denominada Eco, para 2027. Uma pergunta atravessa, então, o pensamento de todos: vamos perder o franco CFA? A resposta é sim, mas de forma gradual e não para todos ao mesmo tempo.
Após inúmeros adiamentos e contratempos devido ao não cumprimento dos critérios de convergência, o projecto de uma moeda única para a África Ocidental parece agora entrar numa fase mais realista. A novidade reside numa abordagem mais flexível: a Eco será lançada em 2027 com os países que estiverem prontos, indicou o Dr. Touray. Os restantes aderirão quando cumprirem as condições económicas e orçamentais exigidas.
Ou seja, alguns países vão adoptar a Eco já em 2027, enquanto outros continuarão a utilizar o franco CFA ou a sua moeda nacional. Para os cidadãos da zona UEMOA (União Económica e Monetária da África Ocidental), que actualmente utilizam o franco CFA, isto significa que as notas de franco CFA serão gradualmente retiradas de circulação, conforme o calendário de cada país.
O que acontecerá às notas de franco CFA nos países que adoptarem a Eco?
Nos países que fizerem a transição em 2027, a mudança para a Eco implicará necessariamente a substituição física de notas e moedas. As antigas notas de franco CFA serão então trocadas por novas notas da Eco, num prazo a ser definido pelas autoridades monetárias regionais. Este processo, denominado “desmonetização”, será conduzido de forma controlada para evitar pânico e perdas para os cidadãos.
É, portanto, altamente improvável que os cidadãos “percam” as suas notas de franco CFA de um dia para o outro. A experiência de outras transições monetárias no mundo (euro, rublo, etc.) mostra que existe sempre um período de dupla circulação, durante o qual as duas moedas coexistem, antes da retirada definitiva da antiga.
Recorde-se que a zona da CEDEAO inclui 15 países, dos quais oito já utilizam o franco CFA (emitido pelo BCEAO), cinco têm a sua própria moeda (como a Nigéria ou o Gana), e dois são países sem litoral ou em transição. O projecto da Eco visa unir todos estes Estados em torno de uma moeda comum. No entanto, os obstáculos são muitos: divergências económicas, desequilíbrios orçamentais, taxas de inflação heterogéneas, entre outros.
O Dr. Touray insistiu, por isso, na necessidade de flexibilidade estratégica: “A ideia é lançar a moeda única com os que estiverem prontos. Os outros serão acompanhados gradualmente.” Assim, o franco CFA não desaparecerá em todos os países na mesma data, e alguns poderão mantê-lo muito para além de 2027.
Que garantias para a estabilidade da Eco?
Uma das principais preocupações em torno do fim do franco CFA prende-se com a estabilidade da nova moeda. O franco CFA tem sido criticado pela sua ligação ao Tesouro francês, mas beneficia de convertibilidade fixa com o euro e de uma taxa de inflação relativamente baixa.
A implementação da Eco visa reforçar a soberania monetária da região, mas exigirá instituições fortes: um banco central regional, políticas fiscais harmonizadas e disciplina macroeconómica. Segundo o Dr. Touray, têm-se registado progressos nesta direcção, mas ainda há muito a fazer.
Para a população, a questão é sobretudo prática: como preservar o valor do seu dinheiro, evitar burlas e compreender as implicações da mudança? As autoridades terão de conduzir uma ampla campanha de sensibilização, particularmente junto das populações rurais e dos comerciantes.
Do ponto de vista político, o fim do franco CFA é simbolicamente poderoso: marca uma viragem no sentido de uma maior integração regional e de uma menor dependência das antigas potências coloniais. Mas esta ruptura deverá ser bem preparada, para evitar qualquer caos económico ou social.
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