Reuters
CONACRI, 21 de setembro (Reuters) – A Guiné realiza este domingo um aguardado referendo sobre uma nova Constituição que poderá permitir ao líder do golpe, Mamady Doumbouya, candidatar-se à presidência caso o deseje, algo que ele prometeu não fazer quando tomou o poder em 2021.
O governo militar da Guiné, país que detém as maiores reservas mundiais de bauxite, já ultrapassou o prazo de 31 de dezembro de 2024 que tinha fixado para o regresso ao regime civil. As eleições presidenciais estão atualmente previstas para dezembro.
Críticos receiam que o referendo constitucional seja a mais recente tentativa de um governo militar de legitimar o seu poder na África Ocidental e Central, regiões onde oito golpes entre 2020 e 2023 alteraram o cenário político.
Embora o referendo seja visto como um passo em direção às eleições e ao regresso ao regime civil na Guiné, os opositores de Doumbouya criticaram-no como uma manobra de concentração de poder. O líder da junta ainda não declarou se pretende concorrer. A carta de transição, adotada após a tomada do poder, estipulava que os membros da junta estariam impedidos de participar nas próximas eleições.
O referendo deverá ser aprovado, uma vez que os dois principais líderes da oposição, Cellou Dalein Diallo e o ex-Presidente deposto Alpha Condé, apelaram ao boicote da votação. Os seus partidos encontram-se atualmente suspensos, e a Human Rights Watch acusou o governo de fazer desaparecer opositores políticos e de suspender arbitrariamente órgãos de comunicação social. O governo negou qualquer envolvimento em desaparecimentos, mas prometeu investigar as denúncias.
Os centros de votação estavam previstos abrir às 7h00 (07h00 GMT) de domingo e encerrar às 18h00 (18h00 GMT). Não está claro quando os resultados serão divulgados.
A nova Constituição prevê o alargamento do mandato presidencial de cinco para sete anos, renovável uma vez, e a criação de um Senado, com um terço dos senadores nomeados diretamente pelo Presidente. Nos últimos dias de campanha, a capital Conacri foi marcada por cartazes brancos com a palavra “Sim” ao lado de uma marca de verificação verde.
Na quinta-feira, a S&P Global Ratings atribuiu à Guiné a sua primeira classificação soberana, B+ com perspetiva estável, tornando o país a terceira economia mais bem classificada da África Ocidental, segundo a agência. Contudo, a agência destacou que, apesar de alguns progressos no sentido do estabelecimento de uma administração civil, “as necessidades sociais são elevadas e as tensões com a oposição mantêm-se, com acusações de detenções arbitrárias e crescente pressão sobre os media”.
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