Líder destituído do Gabão é libertado

CNN

Os líderes militares que orquestraram um golpe no Gabão libertaram o presidente deposto Ali Bongo Ondimba, permitindo-lhe agora viajar para o estrangeiro, declarou um porta-voz da junta esta quarta-feira.

Desde o golpe em finais de Agosto, Bongo terá estado em prisão domiciliária na nação da África Central.

“Devido ao seu estado de saúde, o antigo Presidente da República, Ali Bongo Ondimba, está livre para se deslocar. Se assim o desejar, poderá viajar ao estrangeiro para realizar exames médicos”, disse o coronel Ulrich Manfoumbi na televisão estatal, lendo uma declaração do líder transitório, general Brice Oligui Nguema.

A televisão estatal também divulgou imagens de Bongo a cumprimentar Abdou Abarry, líder do Gabinete Regional das Nações Unidas para a África Central, na sua residência em Libreville.

Desde o golpe, Bongo tem sido raramente visto. Pouco tempo após a sua deposição, emergiu um vídeo dele a apelar aos apoiantes para “fazerem barulho” após ter sido colocado em prisão domiciliária pelos militares.

Bongo, de 64 anos, sofreu um AVC em 2018 e passou vários meses fora do Gabão, sendo tratado em Marrocos. Surgiram dúvidas sobre a sua capacidade de continuar como presidente, o que levou a um golpe falhado em 2019.

Estava no poder há 14 anos, desde que sucedeu o seu pai, Omar Bongo, em 2009 e procurava mais um mandato nas últimas eleições, cujos resultados foram contestados.

Foi anunciado como vencedor nas urnas, um processo que a junta descreveu como “descaradamente enviesado”.

O seu pai governou o Gabão durante mais de quatro décadas até à sua morte em 2009.

O líder da junta, Nguema, que anulou a eleição, afirmou que o regime de Bongo tinha “usurpado o poder durante vários anos, violando flagrantemente as regras democráticas”.

Nguema foi anteriormente guarda-costas de Omar Bongo e diz-se ser seu primo.

Todas as eleições de Bongo desde 2009 foram manchadas por alegações de fraude eleitoral, levando a protestos violentos.

Muitos cidadãos do Gabão, apesar de rico em petróleo mas empobrecido, celebraram a sua destituição e apoiaram a tomada de poder militar.

Não está claro se Bongo deixará o Gabão após a sua libertação pela junta. Esta semana, Nguema encontrou-se com mediadores do bloco africano ECCAS, tendo sido discutida uma possível saída para Marrocos, de acordo com os media franceses.

Se o presidente deposto sair, é provável que se dirija a França, onde a família Bongo possui uma carteira de propriedades de luxo. Também têm casas nos Estados Unidos, avaliadas em milhões de dólares.

RTB/CNN

Redação

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