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Sociólogo guineense considera visita de  “honrosa” na medida em que se trata de Chefe de Estado de um “país importante”

O sociólogo guineense Diamantino Domingos Lopes considerou de “honrosa” a visita do Presidente francês à Guiné-Bissau, prevista para o próximo dia 28,uma vez que “se trata de um Chefe de Estado de um país muito importante da União Europeia” e que sempre esteve presente na Costa ocidental da África, em particular.

O igualmente analista político e docente na Universidade Lusófona da Guiné, disse que a vinda de Emanuel Macron à Bissau é bom, do ponto de vista politico, sobretudo para o Presidente da República, uma vez que pode   capitalizar ganhos político-diplomáticas, por ser  uma visita “inédita” de um Presidente da França à Guiné-Bissau.

Domingos Lopes sublinhou que a agenda francesa é bem clara ou seja, que a França tem uma agenda geo-politica, geo-estratégia e geo-económica na Costa Ocidental da África, sobretudo no Mali, Burkina Faso e na Guiné-Conacri, países que sofreram golpes de Estado, e são zonas de muito interesse francês por causas dos recursos minerais.

“A visita acontece no momento em que a Guiné-Bissau está a assumir à presidência rotativa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental(CEDEAO) o que vai servir de uma porta para a França repiscar a sua zona de conforto que neste momento está a sair do seu controlo”, sustentou,

O analista disse que mesmo no Senegal, principal afiliado, por assim dizer, a França está a perder o seu protagonismo, devido a consciência cívica e uma “oposição muito forte” neste país vizinho.

Segundo o sociólogo, o Presidente guineense, na qualidade de Presidente da Conferência de Chefes de Estados e de Governos da CEDEAO pode ter influência na definição da agenda e pode usar a presidência guineense como um “cavalo”  para tirar o máximo de proveitos.

Diamantino Lopes disse ser sua preocupação  a contrapartida de tudo isso ou seja o seu impacto  na Guiné-Bissau.

Para o sociólogo, o país tem dois problemas que não favorecem a agenda nacional,  e diz que o  primeiro tem a ver com a falta de um Governo normal e sem a Plenária da Assembleia Nacional Popular em funcionamento,  o que leva  muitas vozes a questionar sobre o porquê de a Guiné-Bissau ter assumido a Presidência da Conferência de Chefes de Estados da CEDAEO, se neste momento “não está a cumprir com os valores democráticos”.

“Esta situação pode não favorecer a agenda nacional . Até agora não se sabe, claramente, qual é o programa que o país está a implementar para atingir o desenvolvimento, apesar de tanto se falar da diplomacia agressiva, mas sem ter aquele impacto desejável. Acaba por se resumir  em simples visitas de Chefes de Estados, como temos vindo a assistir nos últimos tempos ou seja tudo continua na mesma, sem melhorias em termos políticos, democráticos  e económicos, nem grandes acordos de parceria público-privado”,admitiu.

Diamantino Domingos Lopes disse que cabe as autoridades nacionais saber tirar o melhor proveito desta visita do Presidente de um gigante europeu, que sempre esteve presente na Guiné-Bissau.

“A cooperação bilateral não é muito forte e as autoridades nacionais podem explorar a visita em termos da cooperação nas mais diversas áreas., Não tendo, claro, o que se quer, o maior beneficiário vai continuar a ser a França,”salientou.

O presidente  Emmanuel Macron deve estar em  Bissau na próxima quinta-feira, dia 28, naquilo que é a primeira visita de um chefe de Estado francês ao país.

Segundo o jornal francês Le Fígaro, a viagem africana de Emmanuel Macron  irá iniciar hoje, dia 25 do corrente mês de Julho nos  Camarões,  e Macron visita depois o Benin antes de vir a Guiné-Bissau.

//RTB – ANG

Geraldo C

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