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“PAIGC vencerá com maioria absoluta, se as eleições forem justas e transparentes”-DSP

O líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC) Domingos Simões Pereira (DSP) disse na fim-de-semana de que o seu partido terá uma maioria absoluta nas legislativas prevista para Dezembro do ano em curso, caso o esccrutíneo decorrer de forma livre e justa.

Simões Pereira em declarações à DEUTSCHE WELLE(DW), admitiu que, para as eleições antecipadas previstas para 18 de dezembro, o PAIGC poderá fazer coligações com outros partidos devido os grandes desafios que os esperam e que com certeza vão precisar de uma frente unida.

“Penso que se hoje houvesse eleições livres, justas e transparentes, o PAIGC ganhava com maioria absoluta. Não há nenhuma dúvida sobre isso”, reforçou DSP.

Por outro lado, o líder do PAIGC disse que o actual regime liderado pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló não está apostado em realizar eleições “que forneçam ao povo a oportunidade de escolher livremente os seus representantes”.

Simões Pereira, para sustentar essa afirmação apontou como exemplo de algumas irregularidades e atropelos à Constituição, o facto de o mandato da Comissão Nacional de Eleições (CNE) ter já terminado sem que o parlamento, entretanto dissolvido, tivesse nomeado novos membros, e o incumprimento dos prazos em relação ao recenseamento eleitoral.

“Temos uma CNE caduca. Para legitimar uma nova CNE, é preciso a plenária da Assembleia Nacional Popular, que já não existe”, também tenho as minhas dúvidas sobre a viabilidade de realizar um recenseamento de raiz em plena época das chuvas na Guiné-Bissau”, referiu.

Segundo Simões Pereira, a falta de recenseamento coloca também em causa a elaboração das listas dos partidos que pretendem concorrer às eleições, o que segundo diz, deveria acontecer até 18 de outubro próximo.

Questionado sobre as principais propostas eleitorais do PAIGC, referiu que “na Guiné-Bissau, é preciso começar pelo básico”. “O PAIGC entende que primeiro é preciso consolidar as instituições democráticas, porque o grande problema da maioria dos países africanos é a questão do Estado. O Estado não funciona. Às vezes até não existe”, disse.

DSP sublinhou que é preciso que o cidadão guineense faça confiança nas instituições como representantes de uma entidade de bem, numa entidade que faz com que a justiça seja aplicável, que faça com que aquilo que é prioridade para o povo seja igualmente prioridade para os governantes.

Perguntado ainda se considera ter a confiança do seu partido, impedido pela justiça de realizar o congresso devido à interposição de uma acção de um militante? Simões Pereira respondeu que sim, uma vez que o Comité Central do partido continua a aprovar as suas proposta por uma maioria superior a 90 por cento.

“Eu penso que todo o mundo já compreendeu que há uma estratégia de criar esta imagem de desgaste para ver se isso me convence a sair, porque me reconhecem como eventualmente o último reduto de resistência à essa tentativa de impôr o absolutismo na Guiné-Bissau”, disse.

RTB/ANG/DW

Redação

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