Ramos Horta diz que não vê dificuldades da Guiné-Bissau assumir a presidência da CPLP

O Presidente de Timor-Leste afirmou que o seu país presidiu sem dificuldades à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) entre 2014 e 2016, pelo que não vê dificuldades em a Guiné-Bissau assumir a presidência da organização.

A informação, segundo a Agência Lusa, consta na página oficial de José Ramos-Horta, onde este menciona que a situação política na Guiné-Bissau, incluindo um calendário eleitoral muito importante, poderia levar a liderança do país irmão a reconsiderar a decisão de assumir a presidência da CPLP no próximo ano.

“Sem pressões, adiar a presidência da CPLP só deveria ser ponderado pelas autoridades e pelos partidos políticos da Guiné-Bissau. Talvez concluíssem que a prioridade para a Guiné-Bissau seria a normalização política, eleições livres e recuperação económica. Mas serão eles a pensar e decidir. É um país irmão e temos de apoiar com toda a amizade e solidariedade”, salientou.

Numa recente entrevista concedida à Agência Lusa, Ramos-Horta respondeu a uma pergunta sobre a capacidade da Guiné-Bissau de receber e presidir à próxima cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, admitindo que persistem preocupações, talvez legítimas, quanto à viabilidade política e financeira da realização de uma cimeira em Bissau.

O antigo representante do Secretário-Geral da ONU na Guiné-Bissau e Chefe do Gabinete da Uniogbis referiu que, na última Cimeira de Chefes de Estado realizada em São Tomé e Príncipe, que decidiu que a Guiné-Bissau assumiria a presidência da CPLP em 2025, o governo do seu país contribuiu com 750.000 dólares para a realização da referida cimeira.

Ramos-Horta sublinhou ainda que a Guiné-Bissau já foi membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU e que, recentemente, presidiu de forma eficaz à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), uma importante organização regional africana.

O Secretário-Geral da Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente (FRETILIN), Mari Alkatiri, numa entrevista à Agência Lusa alusiva aos 25 anos do referendo que levou à independência de Timor-Leste, afirmou que a Guiné-Bissau não tem condições para presidir nem para acolher uma cimeira da CPLP devido às suas instabilidades políticas.

Numa outra entrevista à Agência Lusa, o Chefe do Governo timorense, Xanana Gusmão, afirmou que a Guiné-Bissau passou de golpes de Estado para golpes presidenciais desde 2014.

RTB/ANG/Lusa

Redação

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